quinta-feira, 29 de março de 2007

Paul Driessen está entre nós!


Acabei de me dar conta que um senhor barbudo e de cabelos brancos que sempre almoça com a gente e, inclusive esta manhã eu lhe cedi a minha cadeira e lugar na mesa para ele comer, é o Paul Driessen. Cara, esse lugar é fenomenal!!!

Exposição da Disney no museu de Fine Arts

Ontem, fomos à exposição da Disney no Museu de Fine Arts de Montreal. A exposição se chama "Once upon a Time", e foi teve sua primeira edição em Paris. Desde lá, ganhou o primeiro mundo, e foi exibida em países como Alemanha, EUA e Canadá, agora. A exposição se concentra nas artes conceituais que dezenas de artistas contratados pelo estúdio produziam, para conceber a estética do filme e fornecer referências para animadores, storyboard e background artists, no que diz respeito à ambientalização, personalidade das personagens, luz, sombra, cores, enquadramentos, e por aí vai. Além disso, a exposição também disponibilizou ilustrações e outros materiais que a equipe criativa da Disney se basearam para fazer seus filmes, como por exemplo as maravilhosas gravuras de Gustave Doré para a Divina Comédia, de Dante Alighieri, ou os primeiros filmes animados, criados por Émile Reynauld e exibidos em seu Praxinoscópio. A exposição é bem barata, custa 15 dólares canadenses, e às quartas-feiras todas as pessoas pagam metade.

A exposição é dividida em quatro momentos:

O início da animação, com exibição dos primeiros filmes de Émile Cohl, Émile Reynauld e Winsor McCay, além de algumas ilustrações originais desses sujeitos e um Praxinoscópio real, daquela época.

As origens de Disney e de seu estúdio, com as primeiras referências que Disney utilizou para começar a fazer animação, os seus primeiros livros (Alguns, autografados pelo Edward Muybridge), os primeiros esboços do Mickey, os primeiros storyboards de Ub Iwerks, as primeiras artes de Art Babbit, o primeiro Oscar de Disney pela Branca de Neve e os Sete Anões.

A era de ouro do estúdio, que era a parte maior da exposição, com centenas de ilustrações criadas especialmente para os filmes de Disney, por artistas como Mary Blair, David Hall, Gustaf Tenggren, além de originais de vários artistas que inspiraram a equipe, como por exemplo ilustrações de Arthur Rackham. As artes se espalham por várias salas, e não se resumem só às pinturas, gravuras e desenhos a lápis, mas se ampliam, sim, às esculturas feitas por artistas da Disney com os personagens, bonecos de pano, maquetes, filmes expressionistas dos anos 20 e filmes de Chaplim, cartazes, artworks originais dos filmes, feitas em acetato, e por aí vai. Os filmes abordados nesse momento foram: Branca de neve e os sete anões, Pinocchio, Bela Adormecida, Peter Pan, Fantasia e A dama e o vagabundo.

Disney e a arte moderna e contemporânea, que mostra uma fase que Disney quis trazer a arte moderna pra dentro do estúdio. Há uma sala só para o filme Destino, que foi um curta que Disney começou a fazer com Salvador Dali, projeto que permaneceu interrompido por anos, em decorrência da morte de Walt Disney, e que foi retomado e finalizado nos anos 90, com acréscimo de animação em computação gráfica 3D. Nas paredes figuravam os storyboards e artes conceituais do próprio Dali. Num outro momento desse bloco, estavam expostos também vários painéis e esculturas modernas de artistas como Andy Warhol, que traziam o Mickey e o Donald no contexto da Pop Arte.


A exposição é bem bacana. Eu fiquei realmente muito contente em poder ver os originais desse povo todo. Eu tenho alguns livros que têm reproduções desses originais, mas ver as texturas, a gramatura do papel, as tintas, é outra coisa. Na saída, havia uma lojinha, com um monte de cacarecos legais e caros. Acabamos comprando, Diego e eu, o catálogo da exposição, que é um calhamaço com fotografias de todas as peças expostas na exposição, com textos a respeito das obras, dos artistas, e do estúdio. Compensa, porque apesar de tudo ser mais caro lá, contraditoriamente eles ofereciam o catálogo no preço mais barato do mercado. Na Amazon, o livro sai por 75 dólares americanos (Ainda que agora está em promoção), e a gente pagou 54 dólares canadenses.


Hoje à noite vamos assistir na cinemateca Québécoise vários episódios de Silly Simphonies, em 35 mm. Nham-nham-nham!!