domingo, 13 de maio de 2007

Festival Internacional de Animação Erótica

Uhhh lá lá, está nu ar u site du Festival de animacion erótíca de 2007. Graaauuu....

Não, falando sério. Tem um clipezinho dos vencedores do ano passado no You Tube.


1)Deu no Jornal
2)Soda Sexo
3)Engolervilha (E a internacionalmente famosa cena da galinha)

Dêem uma olhada no site do Festival esse ano.

Mais do curso da NFB nos anos 80

Segue o texto enviado por Marcos Magalhães que fala sobre a criação do Curso da NFB nos anos 80. Tomei a liberdade de linkar os assuntos com informações relevantes e curiosidades. Divirtam-se:

O curso de animação do Núcleo de Animação da Embrafilme foi a primeira atividade do CTAv, construído graças ao primeiro acordo com o NFB nos anos 80. Em 1984, eu fui chamado por Carlos Augusto Calil, diretor de operações não-comerciais da Embrafilme e responsável pela aproximação com o Canadá, para organizar o projeto de animação do Centro, junto com o NFB.

Aqui conto uma historia curiosa:

Alguns anos antes, em 1981, eu morria de vontade de ir ao Canadá conhecer meu grande ídolo (e de quase todos os animadores da época e de hoje) Norman McLaren. Havia a chance de conseguir bolsas, pelo consulado e pela própria Embrafilme.

Neste ano veio ao Brasil um animador canadense (Jean-Thomas Bedard) para falar sobre o NFB na Cinemateca do MAM. Foi como um "papo animado" (do Anima Mundi) em que ele mostrou seus filmes ("Age de Chaise" era o mais famoso, por ter sido recentemente premiado em festivais) e falou do trabalho no NFB. No final, formou-se aquela clássica fila do gargarejo, com todos querendo falar e perguntar coisas ao convidado.

Eu era muito tímido e não quis insistir. Preferi sair e ir deixar minha namorada em casa. Ao descer no ônibus no Leme ficamos andando na calçada e eu lamentando a timidez e a oportunidade perdida... de repente, olho para uma pessoa vindo na direção contrária e era... o canadense que acabáramos de ver no MAM! Tremenda coincidência. Ali, foi muito fácil me apresentar e logo fomos tomar chope na Fiorentina e iniciar uma amizade.

Com as dicas do Jean-Thomas, me animei a tentar a ida ao Canadá e acabei conseguindo a bolsa que me fez viver um estágio pouco usual na época no NFB, pioneiro ao próprio Hot-House ( três meses, ampliados depois para cinco, de outubro de 1981 a março de 1982). Foi quando fiz o meu filme ANIMANDO e encontrei o mestre Norman McLaren, que me ajudou muito no filme.

Jean-Thomas confirmou sua amizade, inclusive nos ajudando (a mim e a minha namorada, que já se tornara minha esposa) a encontrar apartamento em Montreal e nos adaptar a esta vida estranha e gelada daí...

Pois bem, quando fui chamado para o trabalho do Núcleo me pediram indicações ou aprovação de nomes de animadores canadenses que estariam querendo vir ao Brasil para um trabalho mais longo, como professores de animação. Entre eles, estava o Jean-Thomas e o Pierre Veilleux, que foram escolhidos em comum acordo.

A próxima etapa era procurar os animadores brasileiros aptos a seguir o curso. Tarefa árdua, pois havia muito poucos no mercado. O medo era de indicações políticas e pistolões que arruinariam o bom projeto do curso. Para evitar isso, propus ao Calil uma excursão pelo Brasil para catar os animadores em suas cidades. Isso aconteceu, em cerca de 15 capitais, onde eu anunciava no principal cinema cultural da cidade o futuro Núcleo, exibia filmes canadenses e brasileiros e convidava animadores presentes a se inscreverem.

Hoje em dia me orgulho bastante desta seleção finalizada em conjunto com os canadenses. Todos os 10 tiveram bastante influência (ou continuam tendo) na formação e multiplicação da arte da animação no Brasil. Isso era o principal objetivo do projeto.

Aqui vale ressaltar um texto relevante sobre a criação do Anima Mundi e o papel que o Núcleo de Animação da NFB teve nessa história. Voltando ao texto do Marcos:

Desta forma, reunimos o Núcleo inicial de 10 alunos de todo o Brasil, a maioria na faixa de 20 e poucos anos:

  • Aida Queiroz - Mineira de Belo Horizonte, aluna da UFMG. Hoje co-diretora do Anima Mundi e da Campo4 Desenhos Animados.
  • Cesar Coelho - Cartunista carioca, formado em Belas Artes na UFRJ. Hoje co-diretor do Anima Mundi e da Campo4 Desenhos Animados.
  • Fábio Lignini - Animador de uma pequena empresa em Belo Horizonte, a "Pirilampo". Fez o curta mais premiado do CTAv, "Quando os Morcegos se Calam", entre outros vencedor do Festival de Hiroshima na categoria "Primeiro Filme". Hoje animador senior da Dreamworks em Los Angeles.
  • Rodrigo Guimarães - Arquiteto e animador gaúcho, hoje diretor da empresa Dr. Smith.
  • Léa Zagury - Designer formada na PUC, carioca. Fez mestrado na Cal Arts, em Los Angeles. Hoje co-diretora do Anima Mundi.
  • Patricia Alves Dias - assistente de cinema, pernambucana de Olinda, hoje produtora da MULTIRIO.
  • Telmo Carvalho - desenhista gaúcho, então radicado em Vitória, ES. Telmo hoje faz oficinas de animação por todo o Brasil e realizou vários curtas premiados.
  • Cao Hamburger - então animador de filmes super-8 em São Paulo, não pôde concluir o curso pois no meio do mesmo ganhou a verba para fazer o primeiro curta (Frankenstein Punk) de sua hoje gloriosa carreira de cineasta e diretor de TV.
  • José Rodrigues Neto - arquiteto cearense, o mais velho da turma (já estava perto dos 40), foi depois responsável pelo Núcleo de Animação de Fortaleza. Fez o curta esotérico "Evoluz", muito interessante.
  • Daniel Schorr - formado em comunicação na PUC, carioca. Meu ex-sócio na Oficina de Cinema de Animação (em Vila Isabel, no Rio) e na revista universitária de cartuns "Art&Manha". Participou do primeiro grupo que fundou o Anima Mundi. Hoje é um dos diretores brasileiros trabalhando no National Film Board do Canadá.
Depois da primeira fase apenas cinco destes alunos (Aida, Cesar, Patricia, Fábio e Rodrigo) ficaram para a segunda fase quando produzimos o filme coletivo "ALEX", em 1986. Os que sairam continuaram suas carreiras ou iniciaram a regionalização do projeto, levando trucas 16mm para Núcleos Regionais em seus estados.

Marcos Magalhães.