quarta-feira, 7 de março de 2007

Chegando na NFB

Eu acho video bem melhor que foto :)





Muito tempo sem postar

A gente ainda está meio enrolado aqui, como o Jonas já explicou. Até ontem eu não tinha dormido direito e nem tido tempo para fazer um post sequer. Inclusive esse post está sendo feito as pressas porque estamos deixando um hotel para ir pra outro e já estamos meio atrasados para chegar no NFB.

Algumas coisas importantes:

O NFB é enorme, o maior lugar de produção de cinema que eu já vi na vida. Muito fácil se perder lá dentro. Mesmo as pessoas que trabalham lá não conhecem bem tudo. Numa das salas de arquivo tem mais de 150.000 entradas, sendo que muitas são rolos inteiros de negativo... Imagina quanto material isso dá!?

As cameras Oxberry são fantásticas. Uma pena que apenas poucos animadores 'das antigas' as usem. Existe uma enorme, controlada por computador mas que parece estar com os dias contados. É mesmo incrível e uma pena ao mesmo tempo.

Além de toda a aparelhagem de edição, captura, estúdios de gravação e produção a NFB também tem áreas administrativas enormes. Só a parte de correio parece uma agência grande de correios ai do Brasil.

Bom, temos que sair.... mais no próximo post.

Dia 06-03

Hoje foi um dia cheio de coisas. Tanto eu quanto o Diego tivemos uma reunião com Maral e Torill para falarmos sobre nossos projetos. Temos que entregar um storyboard na quinta e explicar para todos, inclusive os outros participantes do Hothouse, em linhas gerais o desenvolvimento de nossos filmes. Foi bem legal, tanto a Torill quanto a Maral são muito atenciosas e orientam muito bem. Recebi uma série de ótimas críticas e sugestões, que devem acrescentar bastante ao meu trabalho nesta fase. Ainda tenho muitas dúvidas sobre uma série de coisas a trabalhar no projeto. Mas confesso que estou mais aliviado por conseguir fechar o modo de realização do filme. Muitas pessoas vão trabalhar com after, stop motion, pixilation, animação 2d tradicional na velha mesa de luz. O Diego, inclusive, em Flash. Originalmente, eu pensava em fazer a animação do modo tradicional. Mas estava muito inseguro, por não ter tanta experiência assim com animação e, sobretudo, por não ter feito muitas coisas deste modo. Eu estou acostumado a animar com o Toon Boom Solo, de que sou usuário há uns 8 meses. E o NFB não tem licensas do Toon Boom Solo. Hoje eu e o Diego fomos visitar a Toon Boom, cuja sede fica ao Norte de Montreal, num bairro mais industrial.

O prédio é bem bacana, um estilo mais romântico-antigo. Há um monte de cartazes pendurados na parede, e é menor do que eu imaginava. O Sergio de La Cruz, vendedor responsável pelo Brasil, nos recebeu com a maior gentileza, e me cedeu uma licensa temporária do Toon Boom Solo, assim como ele havia feito para o meu projeto de conclusão de curso na faculdade, Um Lugar Comum. Então, de agora em diante, estarei fazendo tudo no software, o que deve simplificar muito as coisas pra mim. Espero que, uma vez com o conteúdo fechado, que deve assim estar até quinta da semana que vem, conforme nosso cronograma, não levarei muuuuito tempo pra animar. Tirei um peso das costas.

O Sergio é um cara bem legal. Ele irá agendar uma visita para a gente conhecer alguns estúdios de Montreal e Ottawa. Um deles é o Mercury Filmworks, que é bem grandinho. Vamos conhecer como funcionam as produções de desenho animado para séries em estúdios no Canadá, o que parece ser muito interessante. A Toon Boom é uma empresa bem legal e é bem acessível à parcerias. O pessoal no Brasil que tem interesse em aprender a usar seus softwares, experimentar, comprar, ou tentar qualquer tipo de parceria, deveria tentar. Alguns amigos meus da Universidade Federal de São Carlos acabam de ganhar licensas temporárias do Toon Boom Solo e Storyboard para fazer seu filme de conclusão de curso, Hugo. Vai ser bem bacana.

Dificuldades

Estamos tendo muitas dificuldades em encontrar um lugar pra ficar aqui em Montreal. Por enquanto, estamos em um hotel provisoriamente. Ele está nos custando 122,00 dolares canadenses por dia, o que é caro. Há uma grande dificuldade em encontrar apartamentos, pelo fato de a maioria estar disponível apenas por contrato de 1 ano. Os que aceitam o que eles chamam de no lease, ou seja, quartos por temporada, ou estão disponíveis a partir de abril, maio (Deve ser o ínicio de alguma temporada. Talvez a primavera, não sei, o que deve atrair alguns turistas), ou estão disponíveis agora, mas não tem mobília.

Há um lugar que parece ser bem bacana, e vai ser o nosso segura-as-pontas por enquanto. Chama-se Chez Brasil, e fica perto da estação de metrô Sherbrooke, no centro de Montreal. É uma propriedade de duas brasileiras, Ana e Eliana, que elas alugam pra brasileiros. É uma pousada, tem várias facilidades, como aquecimento, internet e lavanderia, além de ter o café da manhã incluso, e custa 65 dolares por dia para duas pessoas. A Eliana tem sido bastante atenciosa, e nos permitiu ficar uma semana alojados em sua pousada, até acharmos algo mais definitivo. O lugar não fica muito longe daqui e devemos nos mudar amanhã cedo, antes de irmos pra NFB.