sexta-feira, 27 de abril de 2007

Workshop de Som

Luigi nos levou até o estúdio de som número 2 aonde vamos fazer todos os sons para nossos filmes.

A primeira sala que visitamos é a principal, onde são gravados a maioria dos passos e coisas que são mais genéricas ou que precisam de espaço para performance.

Essa sala principal tem uma divisão que cria uma pequena sala ao lado onde são feitos os sons mais específicos. Coisas que precisam de mais detalhes e textura. Eles colocaram peças no teto para reduzir o eco e o som do ambiente, então a sala anexa tem um som completamente diferente da sala principal, ouvimos um som bem mais fechado, seco e limpo.

A outra sala (que é mais como um armário grande) tem um monte de tranqueiras sonoras. De porta de carros a corrente de navio.

Atrás do vidro na sala principal temos o estúdio de som onde fica a mesa etc. Nenhum som vaza dessa sala para o estúdio, então falamos o tempo todo através de microfones com quem está dentro gravando.

Logo que chegamos tivemos uma boa introdução sobre Foley para animação e sobre as diferenças entre animação, documentário e ficção para os artistas de som.

Em documentário o som é gravado na hora, então basicamente eles só corrigem algumas coisas que estejam lá e que não tenham sido capturadas. Na ficção eles quase que refazem todo o som e com os sons limpos e separados o diretor pode controlar em que caixa cada som vai (para sistemas 5.1 de som etc).

Em animação funciona como ficção, só que ao invés do som precisar ser realista ele na verdade precisa se encaixar com a imagem, mesmo que não venha de uma fonte real.

Eles nos aconselharam sobre como o filme de animação se torna algo palpável logo que aplicamos o som. Como o Foley perfeito é aquele que você não percebe no filme. E como fazer sons mais complexos se configuram em um tipo de macete para tornar a coisa toda mais interessante para o público ao invés de só usarmos a "andando_de_sapato_364.wav" da biblioteca de som.

Também nos deram algumas dicas sobre como dirigir os artistas/técnicos de som. De como não vale a pena ficarmos aprendendo os termos técnicos como: "Me dê mais 3 decibéis!" etc. Que é muito melhor falarmos o que queremos em termos de história e emoção. Que devemos ficar atentos sobre como contar a história através do som. Assim podemos pedir que uma caminhada fique mais triste, mais arrastada etc.

Outra dica de direção é que existem diretores que param a gravação a todo momento para dar dicas e mudar coisas e outros que deixam a sessão acabar e fazem uma lista de modificações para próxima sessão. É importante manter em mente o tempo que você tem para usar o estúdio porque de outra forma você não vai conseguir gravar tudo que você precisa e vai acabar usando um monte de sons de bibliotecas (o que não é necessariamente ruim mas nem sempre é o ideal).

Sobre os sons de biblioteca: Muitos sons não são gravados mais hoje em dia porque já existem milhões de sons daquele tipo nas bibliotecas, como portas abrindo por exemplo.

Depois passamos para a parte divertida, fizemos sons para os filmes da Jody, James e Jonas (os trio JJJ). Luigi, James e eu fomos os preferidos da galera, dei vários arrotos para o filme da Jody mas o James conseguiu umas notas bem mais extensas do Juri na mesa de som. No fim ele foi contratado como porco oficial no meu lugar.

Fizemos também uma sessão coletiva onde todos conversavam randomicamente para o filme do James que tem uma festa no final. Fizemos em 3 níveis (conversando baixo, médio e gritando) e 2 vezes para cada nível.

Também fiz algumas vozes em português para as conversações no filme do james. Eles acham que tudo que agente fala em português é legal...Provavelmente porque eles não entendem. Sei bem o que é isso, quando a Maya fala em Turco também acho muito legal.

No fim bati mais um papo com Luigi sobre minha música, basicamente pedindo para ele ir mais longe com o experimental, pirar o cabeção mesmo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Impressionante

Não manjo muito de som mas estas fotos são de saltar os olhos.

Sem comparação com a da UFSCar, onde se alguém espirrar no estúdio de som é bem provável que alguém no corredor responda "saúde", hehe.

Diego Stoliar disse...

Hahahahah.... esse estúdio é tão foda que eles tem um problema comum chamado "click licking" que significa que o click do compasso (metronomo) que o músico escuta no fone de ouvido está saindo na gravação... tipo, o microfone pega até os átomos do seu corpo se mexendo.