Homem Aranha realmente é um filme muito ruim. Eu falei que ia postar sobre ele mas acho que não vale a pena. É pior que 300, que eu já havia achado bem ruim.
Simplesmente espere para ver na TV aberta quando sair ai no Brasil! Não se enganem com o trailer... Vocês sabem, é bem fácil fazer um trailer atrativo para um filme, por exemplo:
Bom, pelo menos esse vídeo fez desse post algo que vale a pena ver :)
Hahahah... eu comprei um boné meio cubano aqui em Montreal, dai James fez um desenho meu durante a sessão de mix da música.
O estilo do James é muito característico. Ele submeteu um filme chamado I met the Walrus para o Animamundi desse ano que foi feito sobre uma entrevista gravada com John Lenon que nunca foi usada para nada. O filme é muito legal, cheio de piadas e referências. Eu adorei e acho que tem um grande potencial para festivais.
O estilo uma mistura de animação tradicional com Motion-Graphics. Tem um pacing rápido e inteligente. Vale a pena conferir se entrar na programação do Anima.
Estamos chegando ao final da nossa aventura. Temos um prazo para entrega do filme marcado. Quinta feira da semana que vem. Um pouco de correria pra todo mundo. Felizmente, eu e o Diego estamos bem próximos de acabar. Eu acabei a animação dos personagens. Falta só animar os balões de fala, e corrigir uns objetos.
Por um lado, fico um pouco triste com o fato de estar voltando pro Brasil, porque eu já estou tão acostumado ao ambiente, aos amigos que fiz aqui, a trabalhar com animação e falar disso o dia todo... por outro, sinto muita falta do Brasil, da namorada, dos amigos e parentes. Vem chegando um momento que você diz: Chega! Sinto a falta da minha casa.
Mas ainda temos mais três semanas até voltar. Vamos aproveitar ao máximo, já que teremos algum tempo depois da semana que vem para andar bastante por Montreal!
Logo logo coloco um clipezinho novo do meu trabalho em progresso. Prometo pra sexta. Hehe.
Madame Tutli-Putli é o próximo filme de animação que a NFB vai estar lançando esse ano (no festival Annecy em junho). Nós vimos o filme aqui e é muito bom. Digo, a técnica de animação foi uma das coisas mais emocionantes que eu já vi, está em outro nível, de verdade... Chuta a bunda de 99% dos filmes de 3D por ai.
Eles misturaram stopmotion com olhos reais recortados e colados digitalmente nos personagens. Mesmo vendo o making of eu não tenho a menor idéia de como isso foi feito com tanta precisão. O resultado é muito bom. Só vendo para saber... Se esse filme aparecer por ai no Animamundi desse ano não percam.
No site da NFB além de poder ver o Trailler e o Making of você pode baixar papeis de parede como esse acima.
Um dos diretores do filme já apareceu por aqui na sala do Hot House. Jason Lee que está fazendo o Making of do Hot House trabalhou no filme e veio me dizer isso agora mesmo enquanto eu escrevia esse post.
Juntando os desenhos de ontem (da sessão de modelo vivo) com alguns que fiz no metro de Montreal.
Eu achei bem difícil a sessão de modelo vivo porque estava só com minha caneta e meu pequeno sketchbook. Fazer modelo vivo em um papel pequeno já é difícil, com caneta então é muuuito difícil... Pelo menos pra mim ainda é. Você não pode apagar, o que quer dizer que cada linha tem que (teoricamente) estão no lugar certo.
O que normalmente acontece é que você vai desenhando uma parte do corpo relativa a outra anterior e o desenho acaba bizarro, deformado e desproporcional. Na minha opnião o melhor processo é ir amarrando o desenho aos poucos. Você desenha um pedacinho do ombro, uma linha no pulso, um cotovelo e por ai vai. Sempre prestando atenção em distâncias e espaços negativos... procurando amarrar todo o desenho a cada linha... Ou pelo menos foi o que tentei fazer.
Os desenhos de metrô apesar de terem sido feitos no mesmo papel e com a mesma caneta se configuram em um exercício completamente diferente. Como a pessoa está se mexendo o tempo todo eu tento primeiro colocar o gesto, o felling geral do que a pessoa está fazendo, tentando ilustrar o que ela está pensando. Depois eu entro com mais alguns detalhes para tornar o desenho mais expressivo ou tridimensional... Mas tento me concentrar só no que é essencial para mostrar essa primeira impressão que tive.
Ontem fomos a casa do Dale para participar de uma sessão de modelo vivo no apartamento do vizinho dele.
A casa é muito maneira. Dale e sua namorada moram numa fabrica desativada perto da estação Rosemont do metro. Cada apartamento no prédio é um loft gigante, umas duas vezes o tamanho da nossa sala aqui na NFB.
Dale é fã de quadrinhos e ele e a namorada são animadores, dai você imagina como é a casa da figura. Além disso eles são fanáticos pelo Brasil. Como já mencionei eles jogam capoeira aqui em Montreal. Nas paredes da casa dele devem haver uns 5 ou 6 berimbaus, todos funcionando, com cabaça, haxixe e baqueta. Discos do Jorge Benjor (Lp mesmo, de vitrola), coletâneas de música brasileira e etc. Ele também conhece um bocado de artistas brasileiros de quadrinhos, só não consegue pronunciar todos os nomes.
A casa dele tem bem o estilo canadense: Um monte de culturas misturadas - Mascara africana, luminária japonesa... Bem eclético e "underground". Eles adoram essas coisas. Acho que por isso que eles gostam do Brasil. Não tem nada mais culturalmente underground do que o Brasil :)
A coleção de quadrinhos e ilustração dos dois é enorme e de alta qualidade, ele mostrou um bocado de coisa legal pra gente. Também mostrou os Prints das artes dele, alguns dos quais ele vende. Dêem uma olhada no blog do Dale que tem bastante coisa legal: Ostrich Industries.
Vocês também podem dar uma olhada na página de Flickr dele. Lá tem bastante das imagens que ele mostrou pra gente.
Logo que chegamos no prédio fomos recebidos pelo vizinho... O cara manda muito bem em modelo vivo...Também pudera, ele foi o animador responsável pelo cachorro no Triplets de Belleville. O nome dele é Florian Fiebig e hoje ele está trabalhando no filme Persepolis, já citado em outro post aqui no site.
Esses dois quadros estavam expostos no ateliê onde participamos da sessão.
Depois colocaremo os desenhos que fizemos na sessão. Até lá curtam os blogs dos dois :D
Ficar em casa é tão bom, dá tempo de colocar todos os posts em dia.... :)
Uma coisa que esqueci de dizer é que hoje é tudo FREE no mundo dos quadrinhos. Um bocado de Lojas vão estar dando exemplares específicos de graça (Ok, então não é tuuuudo de graça).
Pra quem não conhece o cinema Imax é o que há de maior e 'melhor' em termos de sala de cinema. A tela é gigante, o som é de primeira, cheio de nove horas e a película é de 70mm (a de um filme normal é de 35mm).
Mas todo esse poder de fogo é como uma armadilha. Uma faca de 2 gumes.
"Do que você está falando cara!? Se tá viajaaaaannnndo... É Imax, é fodasso".....humm, vejamos na prática:
Umas semanas atrás fomos pela primeira vez ao Imax ver o '300 de Sparta' mas a decepção foi tão grande que eu nem postei nada sobre isso.
(Impressionante como nessa telinha pequena a sensação é outra!)
Primeiro que o roteiro é chato e bobo até dizer chega. Tem uma certa mensagem de obediência cega ao comando militar, nacionalismo etc.... Também rola uma questão sexual tipo homofobia e exploração da mulher. Como se não bastasse, os diálogos são regados daquelas frases Hollywoodianas que eu odeio...sem mais comentários sobre isso... Minha sensação é que eu podia pensar mais sobre todas as questões levantadas no filme e fazer uma boa crítica mas não vale mesmo a pena, a coisa toda foi muito mal feita para perder tempo com isso.
Sobre os efeitos: Alguns são até bem legais mas outros são toscos. Não sei se os detalhes aparecem na tela de 35mm mas na de 70mm!? Nossa, dá pra ver até o recorte mal feito nas cabeças cortadas.
Nem a maquiagem me agradou muito. Pode ser até que ele seja indicado para Oscar por isso já que todos os atores usavam 2 quilos de tinta mas não achei nada inovador (ou se quer ajudando a história.... se é que esse milagre era possível). Até o spartano corcunda que deveria ser um show de efeitos (tipo um Gollum) não passou de uma fantasia de espuma.
"Mas os cenários são foda né!?"... De novo a armadilha: Na tela de 35mm talvez mas na de 70mm quase exergavamos a compressão da imagem. Tinha aquela sensação de compressão mas com um gaussian blur por cima (técnica comum usada para esconder imperfeições). Eu procuro não prestar atenção nesse tipo de coisa da primeira vez que vejo um filme mas tava muito na cara. Algumas cenas se salvavam!
É verdade também o que já disseram: Espadas cortam cabeças e saem limpinhas, todas as vezes. A única coisa que achei decente é que o sangue é todo digital e assume uma linguagem irreal, de quadrinhos...mas foi só isso.
Até os créditos que são todos em animação não me convenceram. Além de mal animados os fundos pareciam ter sido feitos com imagens de internet...tipo gif (nem se deram ao trabalho de pegar um JPEG).
Isso é meio chato porque eu me interesso bastante por esse tipo de cinema "virtual" mas acho que o roteiro fraco é que me colocou contra o filme.
O Homem Aranha 3 não parece melhor que isso. Já disseram que a história fede. Que os caras encheram de vilões e subplots e que chega um ponto onde você não se importa mais com nada. Comentaram também que os efeitos são dos mais baratos (principalmente o Homem-Areia). Mesmo assim vai valer a pena ir ao cinema porque conseguimos combinar com boa parte da galera para irmos juntos.
O engraçado é que eu gostei dos outros 2 (Dá pra ver que não sou tão exigente assim). É bom ter uma expectativa mais baixa para o terceiro... Na verdade eu tô esperando uma baita bomba...tipo aquelas do Duende Verde que transforma todos os espectadores em esqueletos.
Isso me lembra mais uma vez que: Cinema é expectativa.
No vídeo abaixo dá para ter uma boa noção de como ficou o mix da música para o meu filme. Claro que essa versão ai foi no começo da sessão. Bastante coisa mudou mas foram mais detalhes e correções. O grosso é isso ai mesmo.
O próximo passo é a edição de som onde vamos pegar o Foley (efeitos sonoros) e editar junto com essa música mixada para ter as tracks finais de audio.
Com essas tracks é que vamos para o Mix Final que é o último passo de som onde sentamos num cinema de verdade com o nosso filme na tela grande e escolhemos em que caixa cada som vai...quando chegarmos nesse passo falo mais sobre isso.
Voltando ao Mix o que fizemos basicamente foi escolher entre as tracks gravadas quais são as melhores para usar e aonde. Assim fomos montando layer a layer toda a música. Para isso a gravação foi feita em vários passos (ex: um para a base de acompanhamento, um para melodia, um para os efeitos, um para o ritmo etc)
Como todos os sons do meu filme vieram de um mesmo instrumento (por causa do conceito ONE, minimalista etc) só precisamos que 1 músico tocasse a cada passo.
Apesar de toda performance ter sido cuidadosamente escrita em partitura tivemos que corrigir várias coisinhas. Parece besteira mas cada toque que o músico dá no instrumento na gravação cria uma sujeira e todas as sujeiras juntas fazem a música ficar estranha.
Outros tipos de correção tinham a ver com o ritmo porque nem tudo que vemos no filme é tão fácil de transcrever para partitura, ou de ser tocado tão precisamente (ainda mais com o prazo que o Luigi teve para compor as músicas para os 8 filmes ou com a gravação acabando à 1 da matina). Tivemos que esticar algumas partes ou atrasar outras para que os impactos musicais acompanhassem o timing definido na animação.
Acabo de sair da sessão de gravação para música do meu filme e foi fantástico.
Primeiro demos uma passada geral na estrutura gravando tudo o que o Luigi havia escrito para a trilha, da forma mais "acadêmica" e precisa possível. Depois gravamos sons de Foley com o violoncelo (sons para os cometas, vulcões, zooms dos planetas etc). Fizemos uma pequena biblioteca de improvisos e fomos para parte mais legal onde piramos o cabeção.
Nessa última parte pedimos para Sheila (a musicista que estava no Chelo) para tocar a mesma melodia que já havíamos gravado mas batendo com a madeira ao invés de faze-lo com a fita da baqueta (a baqueta do Chelo tem uma madeira que segura uma fita como vocês podem ver no vídeo abaixo onde Sheila se aquece para gravação).
Nesse vídeo podemos ver ela passando tudo o que o Luigi escreveu previamente, incluindo alguns sons de Foley para o chelo.
Ela acabou usando a técnica de bater com a madeira para toda a melodia do filme, assim temos bastante para escolher na mixagem.
No fim da sessão, logo antes de entrar na parte do improviso e experimentação eu estava começando a ficar meio nervoso. Tínhamos apenas alguns minutos de estúdio e ainda não sentia confiança no material que possuíamos. Acabamos cortando a gravação das batidas no bojo do chelo que serão usadas para o rítimo. Elas serão capturadas posteriormente pelo Luigi. Ainda bem porque pra mim ter essa parte improvisada vai ser essencial, bem melhor do que a parte em que tentamos capturar perfeitamente o que estava escrito.
Nosso problema agora é que temos muito material gravado e apenas 1 hora de mixagem. Apesar de que boa parte é Foley de violoncelo e pode ser jogada para edição. Na mixagem fazemos apenas o que entra como música. Na edição é onde colocamos os efeitos sonoros. Sendo assim, se dividirmos bem o que é efeito e o que é mixagem ganhamos mais 1 hora de edição pra resolver os problemas do Foley e nos concentramos apenas nas partes melódicas na mixagem.
Luigi ainda não ouviu o Foley normal (digo, sem ser o Foley feito com o violoncelo) que fizemos na noite passada. Ele vai tentar ver antes da mixagem porque isso pode mudar a forma com que montamos a música, afinal, se pretendermos trazer algum som do Foley para o primeiro plano talvez seja uma boa idéia dar mais espaço para isso na hora de mixar a música (quer dizer, espaços vazios na música para entrada dos efeitos).
A minha mixagem deve acontecer depois de amanhã. Logo em seguida vem a edição e dai terei a música final para o meu filme. Tomara que depois disso eu ainda tenha mais umas 2 ou 3 semanas para animar em cima da música. Seria muito legal poder sincronizar algumas animações com a música já que no Flash isso não é tão complicado de fazer.
Hoje eu também fiquei para ver a gravação para os filmes do James, da Maya e da Jody. Todos foram demais. O do James está hilário com uma festa de DNAs no final com uma música tipo Doo Wah Diddy. E a da Jody é claro é no estilo Blue Grass só que bem rápido.
Ps: Desculpem se o que eu escrevi não faz muito sentido.... é que já é 1 am. Eu vou dormir e amanhã de manhã corrijo qualquer idiotice que eu tenha escrito!